quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

A SEXUALIDADE DO LESADO MEDULAR

Por Tabata Contri

Muita gente tem curiosidade, mas não tem coragem de perguntar, muita gente tem dúvida, mas tem vergonha de falar e assim fica impossível aprender, assim fica impossível ensinar…


A autora assina Ana G. vale muito a pena visitar a página, que é escrita de forma aberta, sem meias palavras, e tira dúvidas e paranóias.

Quem sofre uma lesão na medula, não só tem que usar a cadeira de rodas, como tem que passar por um processo de auto conhecimento, de cuidados específicos, muita coisa muda como o jeito de fazer xixi por exemplo, a grande maioria dos cadeirantes, precisam fazer o “cat”(cateterismo intermitente) que é passar uma sondinha descartável de em média 6/6 horas para poder eliminar a urina, ou por exemplo, tomar cuidado ao ficar muito tempo na mesma posição para não desenvolver uma úlcera de pressão, a famosa escara (ferida).
Mas ao mesmo tempo o cara que passa por isso não está doente, muito pelo contrário, esse cara teve uma lesão na medula que o impediu de andar com as próprias pernas e às vezes de sentir vontade de fazer xixi, mas ele é uma pessoa como todas as outras, que tem medos, vontades, desejos e sonhos, que passou por um processo de reabilitação, e que está pronto pra uma nova vida. Pode ser magro ou gordo, pode ser narigudo ou careca, pode ser um puta gato, é um ser humano.
O sexo faz parte da vida de todos nós, inclusive das pessoas que tiveram uma lesão na medula, é preciso quebrar tabus, é preciso ter auto confiança, é preciso manter a auto-estima em alta, somos bonitos, sensuais e sentimos tesão como qualquer outra pessoa. O tesão está na mente, tem pessoas que se excitam com uma foto na revista, outras com um filme pornô, outras com palavras ao pé do ouvido, outras simplesmente com um cheiro ou um olhar, é preciso se sentir bem, estar bem, independente de trocar passos ou tocar rodas.
É preciso desfrutar das coisas boas da vida, afinal de contas, estamos vivos, deficiência não é incapacidade, pelo contrário, poucos sabem do que um cadeirante é capaz nessa hora. Sexo é tudo, corpo, alma, mente e coração.
Cada caso é um caso, nenhuma deficiência é igual a outra, mesmo o nível da lesão sendo o igual, é diferente, cada corpo reage de uma forma, cabe a cada um saber explorar as áreas erógenas do próprio corpo.
Sem comparar com o que era antes, se não, fica difícil sentir prazer.
É importantíssimo usar do que tem, do que é capaz, a começar pelo olhar, gestos e palavras, mãos, dedos e boca, às vezes uma ajudinha, um remédio, não sei, como já disse, cada um reage de um jeito. Use a criatividade.
E em primeiro lugar se sinta bem.
Acidentes podem acontecer, sim, é preciso se reabilitar, (bexiga, intestino, cuidados com a pele), estude, aprenda, descubra seu corpo, e daí pra frente é com você. Vale a pena dizer que, muita conversa, papo aberto, é muito importante, é preciso ter uma intimidade verbal pra depois ter a intimidade física.
Não tenha medo de ser quem você é, afinal de contas estamos cansados do igual, e ser diferente pode ser bem legal!!

Um comentário:

  1. boa noite, meu nome é Régis, sou estudante de Fisioterapia do 5º semestre e gostaria de um auxílio, tenho que fazer um trabalho referente ao filme "...Nascido em 4 de julho..." , alguém sabe me informar qual seria o nível da lesão no personagem? Eu acredito que seja T6, alguém pode me dar uma ajuda? gostaria de saber o nível da lesão e as consequências...
    agradeço a vcs...
    Tenham uma boa noite...
    meu e-mail: regisbrum@ibest.com.br

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