terça-feira, 26 de janeiro de 2010

ÚLCERA DE PRESSÃO (ESCARAS)

Perebinhas e perebonas


“Zimininos”, quem é lascado pela guerra e fica “malacabado” das pernas ou mesmo quem contrai um “dodói” (tô mona hoje, né? ) e precisa ficar acamado por muito tempo tá sujeito a uma perebinha danada comumente chamada de “escara”, mas cujo nome de “verdadchi” é úlcera de pressão.
O lance funciona assim: como o sujeito fica mais parado do que “zóio de santo” o bumbum (oia que chique), sobretudo, fica exposto, devido à ausência de movimento, a criar uma perebinha que, sem cuidados imediatos, pode se transformar numa perebona, num transtorno sem fim.
Quem vai explicar pra tudo mundo isso é Gisele Azevedo, que é mais conhecida neste blog do que nota de R$ 1... . Para quem não sabe, ela é especialista justamente em terapias para sarar os problemas fisiológicos que os lesados normalmente adquirem. A Gi também é professora universitária, com doutorado, ou seja, num sabe de quase nada...
Faço questão que todo mundo conheça mais sobre as tais “úlceras” porque o tema é muito desconhecido, apesar de ser bem comum. Com mais informações para todo mundo, acho que menos os cadeirantes vão sofrer com os machucados, porque poderão ser alertados dos riscos, e mais gente vai conseguir se livrar do problema, se cuidando direitinho!

A coisa começa assim: quando a gente tem a sensibilidade normal, mudamos de posição constantemente, sem que nos demos conta. Fazemos isso no piloto automático, descruzando pernas, levantando uma banda da bunda da cadeira, chacoalhando as pernas, e por aí vai.
Com a sensibilidade tátil alterada, como acontece em várias deficiências, essa percepção para mudar de posição não acontece, e a pessoa fica horas/dias/meses do mesmo jeito, se alguém não auxiliar na mudança, para aqueles que também têm a mobilidade prejudicada. Se isso acontecer, os pequenos vasos (artérias e veias) ficam comprimidos entre as saliências ósseas e a cama, deixando de levar sangue aos tecidos. Isso ocasiona a morte das células.
Tecido morto para o nosso corpo é coisa estranha, ele só reconhece coisas vivas e daí o negócio é botar para fora. Está iniciada a úlcera por pressão, que recebe esse nome justamente para que se lembre a sua origem. Antigamente chamava-se escara, hoje o nome mudou.
Começa sempre com uma vermelhidão que não desaparece quando se comprime levemente a pele, esse é o Estágio 1. Pode botar fé que aí a pele já morreu, abrir tudo é só uma questão de tempo.
Estágio 2 é quando tem perda de tecido de pequena profundidade, atingindo somente as camadas superiores da pele. No Estágio 3. Há o comprometimento de toda a pele e, no 4 há perda de músculos e pode chegar aos ossos.
Ou seja, o cabra chega ao pronto socorro todo estropiado, a equipe vai cuidando de fazer diagnóstico, radiografias, tomografia, imobilização, cirurgia, curativos, medicamentos, estabilizar o caboclo e todo mundo deixa ele bem quietinho, sem mexer. Quando passa o furacão, se aparecer uma alma sensível e competente, vão começar a mudar de posição na cama e... surpresa!!! Tem uma baita feridona na bunda do cidadão. Simples assim.
Vamos tratar? Prá começar, mudar de posição a cada duas horas, religiosamente. Isso quer dizer virar para um lado e ficar duas horas. Depois, virar para o outro, mais duas. Depois, de bruços, outras duas horas. E de costas, mais duas horas.
Ou seja, somente a cada 8 horas vai haver pressão na mesma área novamente. Se estiver sentado na cadeira de rodas, tem que fazer a “descompressão isquiática”, ou push-up: a cada 30 minutos, levantar o corpo sustentando-o nos braços, pelo máximo tempo que conseguir.
Sem isso, pode baixar “gzuis” que a ferida num fecha, pois faltará o principal: estradas livres para chegar nutrientes nas células. Segunda coisa: alimentação rica em proteínas e vitaminas, com suporte profissional. Caso contrário, não haverá nutrientes suficientes para criar pele onde precisa ser cicatrizado. E pode comer de tudo, nenhum alimento é proibido por causar feridas, pelamordedeus!!!!!

Prá finalizar, sugiro a contribuição de um profissional enfermeiro com conhecimento especializado em feridas, o estomaterapeuta (uma lesada que nem eu, craro ), para avaliar o cidadão e a lesão e indicar a melhor cobertura a ser colocada ali, além da limpeza adequada.
Não dá prá chutar nem botar qualquer coisa, pois isso pode atrapalhar tudo. E jamais deixar aberto, botar prá tomar sol, utilizar produtos caseiros, ervas e “quetais”. Ah, e o sujeito tem que estar sempre sequinho, limpo, sem “totô” ou “xixi”, senão vira um caos.

2 comentários:

  1. sandra
    Minha tem ulcera de presao nao sei que posso fazer estou muito precupada com essa situaçao
    por ela tem diabete







    ue

    ResponderExcluir
  2. Olá Sandra, desculpa a demora em responder.
    O melhor mesmo é fazer uma consulta com um médico, pra que ele avalie a escara e indique o melhor tratamento.
    Quanto mais demorar, mais piora a situação, ok?
    Abraços

    ResponderExcluir

Obrigado pelo comentário.
Cidadania é participar.