sexta-feira, 2 de abril de 2010

Desrespeito e discriminação velada

É incrível como as pessoas ainda ignoram a presença e às leis das Pessoas com Deficiência, dias atrás estive em uma loja de telefonia, queria apenas trocar meu velho aparelho celular, é aí que tudo começa, o que poderia ser uma simples e desenrolada ação passa a ser uma desgastante e tensa tentativa de ter os nossos direitos respeitados.
Acompanhado de minha esposa entramos na loja, ela pegou uma senha e fomos aguardar, pronto, eis um início de tudo para dar em nada. Um atendente vendo um cadeirante (eu) logo se aproximou e nos disse para que fossemos atendidos como sendo "especiais", pois bem, obrigado pela atenção.
No entanto, nossa senha nos dava o direito de sermos atendidos em 2º lugar, então, passou se 7 pessoas em minha frente quando chamei o atendente e disse-lhe: "prefiro minha senha normal, pois, já se passaram 7 e eu ainda estou aqui sem ser atendido, não entendi o significado de ser "especial".
O rapaz com certa boa vontade dirige-se ao guichê "atendimento preferencial" e diz ao atendente para nos atender, vejo quando o atendente faz sinal de negativo e sai, pois bem, o atendente dirige-se à outro atendente bem a minha frente e lhe pergunta se poderia me atender, o sujeito na maior falta de educação e respeito diz que o horário acabou e ele tava indo embora, como de fato o fez!
Nem preciso dizer que minha paciência estava por um fio, né?
Olhei para a gerente e a mesma percebendo a "cagada", insistia em ficar grudada ao celular, devia tá falando com São Pedro, pelo menos pedindo orientação de como sair dali sem ser chamada por mim, perda de tempo...
Como insistiu em nos ignorar, minha mulher foi lá e a chamou, eu logo disse: a senhora não deveria estar gerenciando a loja e o sistema de atendimento? "Sim, qual o problema?"
Expliquei tudo com muita calma, e, disse-lhe que quando um cadeirante entra numa loja, nem sempre ele pedirá esmola ou ajuda, às vezes queremos ser atendidos, só isso!
Com todo respeito que ela merece, a digníssima arrumou uma atendente para nos atender e, pasmém, foi atender outro cliente. Ora, se sabe atender, porque não nos atendeu logo?
Em fim, fui atendido, justiça seja feita, muito bem pela atendente Dayana. Fui embora com aquele sentimento horrível de discriminação velada, chegando em casa enviei um e-mail à ouvidoria da empresa relatando o absurdo, 10 dias depois me responderam, provavelmente, com uma resposta padrão, pois, não mencionava em nada o assunto da reclamação e nos agradecia pela preferência, é mole?
Nessas horas me vem à cabeça, se tivesse atendentes com Deficiência Física naquela loja, tenho certeza que todos os clientes, sem distinção, seriam muito bem atendidos.
Prestem atenção senhores empresários, há uma legião de gente competente querendo e precisando trabalhar, e, o fato de apresentarem alguma deficiência física não lhes tiram a competência e nem muito menos, a educação.
A loja em que eu estive e aconteceu essa presepada é a Loja da VIVO do Shopping Campo Grande.

Por Adriano Garcia

4 comentários:

  1. Adriano, parabéns pelo relato. Só assim é que vamos fazer com que esses IDIOTAS ENGRAVATADOS (empresários) tenham respeitos a nós, consumidores.

    *uma pena não termos foto dessa loja para postarmos aqui!!

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  2. Incrível a insistência destes imbecis e incompetentes em descriminarem-nos...

    Pior é as respostas que em geral dão às nossas reclamações.

    É a dura realidade do dia-a-dia de um deficiente.

    Fique bem.

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  3. É isso aí Eduardo, vamos à luta!
    Abss

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  4. Não sou especial,mas é um absurdo o jeito que tratam as pessoas com alguma deficiencia.

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