quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

A luta pelo respeito e dignidade

Telma Nantes, a professora com deficiência visual que passou em concurso público da prefeitura de Campo Grande, continua lutando pelos seus direitos, o de assumir a vaga para qual foi aprovada.
Esclarecendo um detalhe que a imprensa noticiou de maneira equivocada, a Telma passou em 1º lugar no Concurso, mas, foi em 1º lugar no geral e, não, em 1º lugar entre as vagas para as Pessoas com Deficiência. Só isso, já mostra a capacidade e competência da Telma, que é Pedagoga e vice-presidente de entidade nacional para cegos, é também, dirigente do ISMAC - Instituto Sul-mato-grossense para Cegos.
“Como educadora, entendo que a educação infantil exige o cuidar e o educar de crianças desde o berçário até 5 anos. A professora não teria condições”, disse Maria Cecília Amêndola, Secretária Municipal de Educação, ou seja, a Telma já tem um pré-julgamento decidido pela equipe multidisciplinar e endossado pela Secretaria Municipal de Educação, simplesmente, lamentável.
A luta pela Acessibilidade além de parecer sem fim, ela é usada e manipulada conforme interesses políticos, no final de 2007, o então Prefeito Nelson Trad Filho, visionando as eleições municipais, criou a Coordenadoria da Acessibilidade, na qual o Binho, um tetraplégico, seria o coordenador, pois bem, essa coordenadoria só teve a solenidade da posse, logicamente, com a presença da imprensa. O Binho nunca chegou a ter se quer, um local para trabalhar, isso é o que o Prefeito de Campo Grande, Nelsinho Trad (PMDB) fez de melhor em sua gestão para nós, Pessoas com Deficiência.
O respeito, a dignidade, as leis, a Constituição Nacional, foram amplamente jogadas ao nada, o que nos sobrou foi a pura arte covarde da discriminação, que mais uma vez, se mostra latente na gestão do senhor Nelson Trad Filho.
Prefeito, assuma uma posição no caso da professora e pedagoga Telma Nantes, ou o senhor deixará cair em mais um descaso para com as Pessoas com Deficiência? Como deixou a Coordenadoria da Acessibilidade!
Toda luta que travamos para com o respeito às leis, simplesmente é desrespeitada por pessoas que, teóricamente, deveriam ser "conscientes", no entanto, ainda vemos algumas barbaridades, como: Telma Nantes, quando teve que ser entrevistada pela equipe multidisciplinar da Secretaria de Educação, foi surpreendida pelas risadas de um médico que teria dito: “Como você pensa que vai ensinar desse jeito?”.
Enquanto em cidades paulistas existem professores portadores de deficiência visual, em Campo Grande, a profissional foi considerada inapta por não ter condições de corrigir cadernos e provas.
“Ao inscrever no concurso o candidato toma ciência que passara pela comissão de avaliação. Esta avaliação é aplicada em todos os concursos. As regras do concurso estão publicadas no suplemento do Diogrande (Diário Oficial de Campo Grande), do dia 03.11.2009. A Prefeitura de Campo Grande segue a Lei Federal de 3.299 de 20 de dezembro de 1999”.
Pois é, viver com um problema físico não é tão difícil para nós, afinal, nos superamos a cada dia, o problema está nos deficientes de consciência e de respeito, estes sim, são uma barreira ainda intransponível para a Inclusão Social, Profissional e para nossa tão sonhada ACESSIBILIDADE.
Como um cadeirante, tetraplégico e solidário a Telma, em relação a "risadinha" do tal médico, deixo um ditado popular: "O maior cego é aquele que não quer enxergar".
Deixo também um alerta aos nossos políticos: Em 03 de outubro de 2010, os cegos enxergarão e os aleijados andarão até as urnas!
Desprezam nossas capacidades, mas, cuidado com nossos votos!

Um comentário:

  1. voce esta certo tudo q disse.ninguem hoje respeita a concientizaçao.eu sou conciente o que eu faço e q nao faço.parabens peloq voce falou.

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